Tivemos uma semana inteira de descanso por conta de vários feriados seguidos. Já comentei ano passado, mas vale lembrar novamente:
Dia 29 de abril é o dia Showa em lembrança ao último imperador da Era Showa, a que precedeu a atual, a Era Heiwa. Quando dia 29 cai num domingo, como aconteceu este ano, a segunda-feira também é folga! Não sei aonde eu li que o Japão tem mais feriados que no Brasil e eu desconfio que seja mesmo! Mas estes feriados longos são a nossa salvação já que não podemos tirar férias de 20 ou 30 dias seguidos como no Brasil!
Dia 3 de maio é o dia da Constituição.
Dia 4 de maio é o dia do Verde.
Dia 5 de maio é o dia dos meninos. As famílias com filhos homens costumam enfeitar a frente da casa com carpas em tecido, sendo que cada membro da família é representado por uma carpa. Normalmente o maior é o avô ou pai, seguido da avó/mãe e os menores são os filhos.
Creio que nunca andamos tanto como neste feriado! Minhas pernas estavam em pandarecos depois de todos os passeios que fizemos, mas valeu muito a pena! O passeio principal e o que estava realmente programado era a cidade de Kobe. Foi a primeira vez que fomos para lá e receio que irei alugar vocês por alguns posts só com os passeios que lá fizemos! Mas isto fica mais para frente porque o nosso primeiro passeio do feriado foi ao Hamanako Garden Park, de novo! rsss
Já comentei sobre este parque
neste post mas resolvemos voltar para visitar uma exposição de flores que estava acontecendo naquele final de semana. Acordamos tarde e saímos de casa às 10 horas. Normalmente o trajeto leva cerca de uma hora mas naquele domingo nos custou 3 horas!!! Faltando alguns poucos quilômetros para chegar ao parque, o trânsito simplesmente parou! Os carros avançavam muito lentamente e o desânimo e a fome já ameaçavam tomar conta.
Um dos motivos para a lentidão foi este mundareo de gente que vocês vêem aí embaixo. Podem adivinhar do se trata?
Pode parecer que são poucas pessoas, mas quando consegui tirar a máquina de dentro da bolsa já tínhamos passado pela maior concentração. Havia pessoas dos dois lados da ponte e mais um monte à frente do mar, todas catando... mariscos! O lugar, Benten, é bem famoso na região atraindo muitos turistas nesta época do ano. Vi muitas crianças se divertindo com seus baldinhos mas os adultos não ficavam para trás. Muitos com sacos plásticos carregados de ostras. Pode-se pagar um barqueiro também que leva a lugares mais afastados e com menos concorrência por metro quadrado.
Quando chegamos ao parque, descobrimos que o estacionamento estava lotado! Fomos orientados a ir para outro estacionamento beeeeeeeeeem mais afastado. De lá tivemos que entrar na fila para pegar o ônibus fretado. Esperamos uns 3 ônibus passarem para conseguirmos subir. Era mais de 1 da tarde quando finalmente chegamos ao parque! Ufa!
Ficamos andando mais pelo pavilhão de exposições e nos admirando com todos os arranjos de flores. Eis algumas amostras:
Havia uns 5 painéis destes só com as variedades de gérberas. Uma mais linda que a outra!
E as rosas???? Simplesmente lindas, maravilhosas!!!!
Lírios e outros colírios para os olhos!
Decidimos que iríamos almoçar no shopping center ali perto, mas a fome era tanta que fomos dar uma volta nas barraquinhas de comida e souveniers. Apaixonei-me por uns gatos desenhados em pedras mas os preços não estavam nada convidativos. O Luiz achou um absurdo pagar tanto por uma pedra, mas que deu comichão na mão, isso deu! rsss
Avistamos uma bandeira brasileira e o cheirinho de espetinho de churrasco estava de atiçar as lombrigas! (desculpe, Valentina! rsss)
O atendente brasileiro nos saudou em japonês, o que nos divertiu muito. Mesmo tendo feições orientais, aqui dá para distinguir brasileiro de japonês de longe (jeito de andar, vestir....), mas no nosso caso, acho que nos "ajaponesamos" mesmo e acabamos enganando tanto brasileiros (que pensam que somos japoneses) quanto japoneses (que também pensam que somos japoneses! rsss). Perguntei em português, "quanto custa o espetinho?" e o atendente surpreso, solta um "Êta lasqueira!" rsss
Compramos um para experimentar mas estava meio seboso. Desistimos de fazer repeteco e fomos procurar outra coisa para enganar a fome. Avistamos uma fila razoável numa das barracas. Fujinomiya yakisoba. O Luiz já foi logo dizendo que tinha ouvido comentário na televisão dizendo que era bem famoso. Resolvemos entrar na fila. Pegamos nosso yakisoba e fomos comer à sombra dos fujinohanás. Para começo de conversa, não veio quase nenhuma carne. Havia um pontinho de carne aqui e ali. Pouca verdura e muito macarrão. Antes que vocês pensem que foi uma gororoba só, o macarrão é o bom do prato!
Ele é bem diferente dos que costumamos encontrar nos mercados. Tem uma consistência mais firme, não fica molenga e se desmanchando se for grelhado demais e o tempero é bem mais suave que o yakisoba comum, além de ter uma cor mais clara e mais atraente.
Se você se interessou, dê uma olhada
neste vídeo e confira a forma como ele é preparado!
Com o estômago forrado e já perto das 4 da tarde, resolvemos ir embora. Encontramos uma fila de dar voltas e mais voltas para tomar o ônibus! Tivemos que esperar que 6 ônibus partissem antes que pudéssemos entrar. Cada ônibus estava levando cerca de 40 pessoas, então, calculem o número de pessoas a nossa frente. E mais pessoas se afileiravam atrás de nós! Parecia que Shizuoka inteira estava concentrada naquela área!
A volta foi inacreditavelmente rápida! Apesar disso, ou talvez por causa disso, afinal feriado que se preze tem que ter fila e gente transbordando em tudo quanto é lugar, o passeio foi bem proveitoso e divertido! Talvez amanhã comece a postar sobre o nosso passeio a Kobe. Aguardem! ;-)
Estas flores que dão em cachinhos, aqui são chamadas de Fujinohanás.