quarta-feira, julho 29, 2009

Torta de legumes com farinha de banana verde


Neste último domingo fui conhecer a Bio Brazil Fair, uma feira de produtos orgânicos que aconteceu no pavilhão da Bienal do Ibirapuera. Nem a chuvinha chata espantou o público que lotou o local para conhecer e degustar muitas opcções de alimentos orgânicos e serviços voltados para uma vida mais saudável.
Haviam expositores vindos de outros estados e só sei que experimentando aqui e ali deu para encher a barriga com cafés, chocolates, biscoitos, geléias, vinhos e sucos!
Fui achando que não ia comprar nada mas foi só dar um giro pela feira para já estar segurando várias sacolinhas!
Entre as compras estava um pacote de farinha de banana verde que, pelo folheto explicativo e pelo que pesquisei na net, tem propriedades benéficas por causa da presença do amido resistente. Este amido resistente é processado por bactérias presentes no intestino grosso e se transformam em substâncias que vão prevenir desde um câncer no intestino até o aumento de glicose no sangue e por consequência a diabetes. Nos folhetos vieram algumas receitas, inclusive esta torta de liquidificador que é a mesma que já apresentei aqui, apenas substituindo a farinha de trigo pela de banana verde.
Só que, procurando por outras receitas, li a experiência da Karen com um bolo de banana, fiquei a pensar se realmente conseguiria aliar o saudável com o gostoso...
Abrindo o pacote e sentindo o cheiro forte de banana e verde, descartei de cara o seu uso integral na receita. Optei por uma versão bem mais light substituindo apenas 1/3 do total de farinha de trigo pedida na receita. A farinha de banana verde deixa a massa bem mais grossa e escura. Ainda quente dá para se sentir o gosto de banana mas fria, a torta não ficou com nenhum gosto, não. No recheio, usei umas linguiças que sobraram da refeição anterior e refoguei com mais alguns legumes que estavam dando sopa na geladeira, inclusive abobrinha que o povo aqui detesta!!! Hohoho, consegui que todos comessem a torta sem desconfiarem de nada!!! Mas não contem para eles, por favor!!! ;-)

Fiz uma receita e meia que rendeu uma assadeira de cerca de 25x40cm e é esta que segue abaixo:

* xícara medida de 240ml

5 ovos jumbo
2/3 xícara de óleo
3 xícaras de leite
3 colheres (sopa) cheias de queijo ralado
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de farinha de banana verde
sal a gosto
1 1/2 colher (sopa) de fermento em pó

No copo de liquidificador, coloque os ovos, óleo, leite e queijo ralado. Bata bem até ficar tudo incorporado. Junte a farinha de trigo e de banana verde aos poucos da seguinte forma: com o liquidificador desligado junte cerca de 1/3 de xícara de farinha e pulse até sumir o pó. Junte mais um pouco de farinha e pulse e assim por diante até acabar com ambas as farinhas. Por fim, coloque o fermento e bata só um pouco para incorporar. Fazendo assim, você obterá uma massa macia e fofinha depois de assada!
Despeje metade da massa na assadeira untada e enfarinhada e despeje o recheio de sua preferência. Cubra com o resto da massa (vai estar bem grossa mas é assim mesmo). Se não conseguir cobrir tudo, é só espalhar com as costas de uma colher.
Dê algumas batidinhas no fundo da assadeira para tirar bolhas e leve para assar em forno pré-aquecido a 180oC. Deixe por uns 40 minutos ou até que esteja levemente corado.
Sirva quente ou frio.

No meu recheio fiz um refogado com alho e cebola, cubinhos de linguiça calabreza, abobrinha, cenoura, tomate, azeitonas, cheiro verde e temperado com sal, pimenta e orégano.

Para quem quiser fazer a farinha de banana verde em casa, encontrei esta receita na net:

Separe 12 bananas verdes de tamanho médio e corte-as em rodelas. Deixe a banana no sol até ficar bem sequinha. Depois de seca, bata no liqüidificador na posição pulsar, evitando que a farinha não fique muito fina.

Além de poder substituir a farinha de trigo nas receitas doces ou salgadas, a farinha de banana verde pode ser consumida junto com leite ou sucos.

domingo, julho 19, 2009

12o Festival do Japao


Foi realizado neste último final de semana a 12a edicao do Festival do Japão no Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo/SP. Foi a primeira vez que fomos e me espantei com a organização e grandiosidade do evento, muitas barracas expondo variados produtos que iam desde frutas e verduras diretas do produtor até cadeiras de massagem e automóveis!
É claro que não poderiam faltar os fabricantes de alimentos e temperos orientais com direito a degustação e aulas de culinária como no estande da Sakura. Assisti de fora uma aula dada pelo chef japonês Shin Koike do restaurante Aizome. Ele preparou alguns acompanhamentos com beringelas e espinafre e um file mignon recheado com cogumelos ao molho a base de aceto balsâmico e azeite trufado que me deixou babando e morrendo de inveja dos que tiveram chance de degustar a iguaria! :-p


Acima uma foto da aula dada por Estela Whitaker com massas e carnes e do sorvete de gengibre que experimentamos e adoramos! Pensei que seria otimo ter uma bola deste sorvete para acompanhar uma fatia do bolo Suzy! Nhammm! ;-)


Não poderiam faltar as comidas típicas de cada província japonesa. Apesar de estranhar alguns pratos que eu acho que não tinham nada a ver com a região representada mas tudo é festa e o que vale é a intenção e fiquei feliz de ver tantos não-descendentes experimentando pratos que até os descendentes costumam torcer o nariz. 
Meus avos são de Hokkaido (terra de caranguejo, leite, batata e lamen), morei quase 20 anos em Shizuoka (terra do chá verde e do peixe enguia), minha mãe está em Nagano (terra de macarrão de sarraceno e uva) e, é lógico que fomos direto para a barraca de Okinawa! X-)
Pedimos o okinawa soba e a pressa de comer foi tanta que até esqueci de tirar foto! :-p
A carne de porco que acompanha este prato poderia estar mais macia mas estava muito bom e deu para matar a saudade. Comprei tambem uma bandeja do saatandague, uma espécie de bolinho de chuva de lá que, depois de aquecido, estava idêntico aos que saboreamos nas nossas viagens ao Hawaii japonês!
Tinha muita comida e deu para ficar zonza com tantas opções mas maridão quis matar as lombrigas com o gyudon (foto acima) da barraca de Tottori feito com wagyu, aquele gado preto japonês tratado a pão-de-ló com muita massagem, cerveja e música clássica ambiente!


Experimentei tambem o okowa (foto acima), arroz cozido com legumes, frango e castanhas portuguesas da mesma barraca junto com um tempurazão enorme de legumes quentinho e super crocante!
Se há uma coisa de que me arrependo é de não ter experimentado os famosos takoyakis (bolinhos recheados com polvo) de Osaka, os melhores do Japão! Sempre via os programas mostrando as barracas mais populares de lá com filas de virar o quarteirão e os artistas fazendo caras e bocas quando comiam as bolotas recheadas com pedaços-monstro de polvo!  A massa de cada loja é um segredo guardado a sete chaves, assim como o tarê (molho) que cobre os bolinhos assados. Só de imaginar... hummm!!!
No festival algumas barracas estavam vendendo os tais bolinhos e experimentamos uma bandejinha com 6 (foto abaixo). Comi um e pensei cade o polvo???? Era preciso uma lupa para enxergar o pedacinho do molusco!!! Fica aqui meu protesto pois se tem polvo no nome, tem que ter no bolinho ne, gente?
Na parte cultural era possível participar de uma cerimônia de chá (foto abaixo).


Muitos workshops de origami e kirigami (foto abaixo).



Muitos artistas expuseram suas obras como este senhor da foto à direita que faz sumie, uma técnica de pintura que tem toda uma filosofia como todas as manifestações de arte japonesas. Pelo que entendi não se pode ficar retocando a pintura depois de pincelado no papel. É preciso ser rápido e eficiente nos traços.  Para se pintar Sumie, o praticante tem que conhecer perfeitamente o objeto que vai pintar, para que não exista reflexão ou dúvida durante o processo criativo. Muitas pessoas praticam o Sumie, não somente como forma de relaxamento ou busca de paz interior, mas também como forma de melhorarem a eficiência no trabalho, principalmente no que diz respeito à tomada de decisões rápidas.


Havia tambem uma exposição de ikebana que TIVE que apreciar já que adoro flores. Sempre me dá muita paz vendo obras lindas assim e é onde geralmente gasto mais tempo e mais fotos! rss




Houve muitas apresentações de danças, artes marciais como aikido, kendo e karatê (foto abaixo de um grupo que veio da cidade de Valinhos).
 E muitas performances de taiko (tambor) em todos os cantos do evento, seja nos palcos seja nos corredores  da exposição. Não houve uma apresentação que chamasse atenção de tantas pessoas. Pudera já que é difícil não se encantar com o desempenho inflamado dos tocadores de taiko. É pura energia que arranca aplausos e assovios no final!

Foram 3 dias de muitas atrações e enquanto assistia a uma apresentação de dança folclórica não pude deixar de pensar no quanto os japoneses daqui e seus descendentes se empenham para manter as tradições e a cultura de um país que sequer sabe da existência desta colônia . Enquanto trabalhei no Japão quantas vezes me perguntaram por que eu tinha cara de japonês se era brasileira! Quantos não se espantaram em saber que muitos japoneses imigraram no comeco do seculo XX para a América do Sul para fugir da fome e da miséria...
É por estas e outras que, apesar dos pesares e dos meus olhos puxados, tenho muito orgulho de ser brasileira, sim senhor! E se você perdeu a oportunidade de ir ao festival, vá no ano que vem, tenho certeza de que vai sair emocionado de lá como eu! :-)

terça-feira, julho 14, 2009

Pecado da gula no Sul!!!

Mês passado fui contatada pela repórter Patrícia Rocha do Jornal Zero Hora! Ela estava preparando uma matéria sobre blogueiros e tive a honra de ser uma das escolhidas.
A reportagem foi publicada na edição do último domingo e lá conto uma estorinha inédita. Para quem quiser conferir, o link é este aqui!

terça-feira, julho 07, 2009

Este frio que vai e volta....


Tenho mais uma confissão a fazer: sou uma ladra de cobertas! Já levei muita bronca de colegas de quarto e do Luiz também por ter esta mania terrível! Me mexo demais a noite e acabo ficando descoberta. Devo sentir frio e a egoísta aqui começa a puxar as cobertas alheias. Lá no Japão, os quartos eram minúsculos e dormíamos no tatami uma do lado da outra e por causa disto, já travei cabos de guerra noturnos com minhas colegas de quarto, elas puxando de um lado o próprio cobertor e eu, dormindo(!!!!), puxando de cá pensando ser meu! rssss

Com o Luiz foi a mesma coisa, mesmo dormindo lado a lado cada um tinha sua própria coberta e futom e apesar disso eu ainda conseguia dar um jeito de chutar as minhas e puxar o dele. Agora imaginem como ficou depois que voltamos e tivemos que nos readaptar em dormir numa cama e de casal??? Nas primeiras noites a principal preocupação era em não cair durante o sono! rsss A outra é voltar a compartilhar civilizadamente o cobertor de casal nestas noites friazinhas. Um pedaço de pano que teoricamente deveria servir para duas pessoas mas "inexplicavelmente" de manhã ou está no chão ou enrolado todo em mim! Pobre Luiz!!!

Bom, enrolei, enrolei e o que queria mesmo falar era do tal friozinho de São Paulo, uma leve brisa de outono se comparado aos invernos japoneses, mas que inspiram a chocolate quente e sopinhas substanciosas e quentes para se aquecer!

Fiz um caldinho verde no final de semana usando umas batatas de casca vermelha que cozidas ficam amarelinhas e obtive um caldo grosso e delicioso! A receita fiz baseada nesta aqui:

5 batatas médias
2 mandioquinnhas (batata barôa)
1 cenoura
1 tomate grande
1 cebola grande
2 dentes de alho
2 cubos de caldo de galinha ou vegetais
1 pacote de linguiça calabreza defumada
2 colheres (sopa) de azeite
cerca de 5 folhas de couve-manteiga picada em tirinhas
água quanto baste
sal e pimenta a gosto

Descasque e pique as batatas, mandioquinhas e cenoura.
Na panela de pressão, refogue os dentes de alho e cebola no azeite e deixe murchar. Junte o tomate picado e deixe desfazer. Acrescente os legumes picados e cubra com água suficiente. Deixe abrir fervura e coloque os cubos de caldo. Mexa bem para dissolver e tampe a panela. Deixe cozinhar por 5 ou 7 minutos depois que começar a chiar. Resfrie e abra a panela. Deixe amornar um pouco antes de bater no liquidificador.
Enquanto isso, tire a pele da linguiça e corte em rodelas. Coloque numa frigideira com um fiozinho de óleo e leve ao fogo forte. Dê apenas uma sapecada nelas, jogo rápido só para dar uma leve corada nas rodelas. Bata o caldo de batatas no liquidificador até ficar um creme. Devolva para a panela junto com as linguiças. Se estiver muito grosso, acrescente mais água. Deixe voltar a ferver, acerte o sal e junte a couve picada. Deixe só o tempo da cor da couve mudar para um verde forte e vivo e sirva em seguida com torradinhas! Se quiser, polvilhe queijo ralado e uns pinguinhos de molho de pimenta vermelha! ;-)

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