quinta-feira, novembro 30, 2006
Velha receita com cara de nova!
Gostei tanto da combinação de banana com blueberries que refiz esta receita de bolo de bananas com farinha de rosca. A cor mais morena do bolo se deve ao brown sugar no lugar do açúcar branco da receita original. Espalhei alguns blueberries congelados por cima da massa e pus para assar. Para decorar, polvilhei açúcar de confeiteiro e alguns raminhos de hortelã. Deu uma roupagem diferente para um bolo simples e saboroso, um dos favoritos de meu marido!
domingo, novembro 26, 2006
Hit parade dos sabores brasileiros
Aceitando a proposta da Valentina, eis minha lista dos 10 mais:
1. bolo de fubá
2. pão de queijo feito com queijo meia-cura
3. pão com mortadela (Ceratti)
4. pastel de feira
5. feijoada
6. churrasco
7. brigadeiro
8. pizza (é italiano mas dizem que do Brasil é até melhor que o original! rsss)
9. cocada/quebra-queixo
10.bolinho de macaxeira
Bolo inglês com castanhas portuguesas (marron)
Este bolo ficou simplesmente maravilhoso! Amei o resultado, super fofinho, perfumado e gostoso!
Tenho um sério problema de olhar algo que me chame a atenção e querer fazer. Meus olhos com certeza são muito gulosos. Mas entre olhar e fazer existe um enorme espaço de tempo e disposição. Chego até a comprar os ingredientes todos mas aí aparece alguma receita mais interessante ou senão é a preguiça mesmo que me faz deixá-los onde estão: na despensa ou geladeira.
Às vezes os ingredientes vão se sobrepondo de tal maneira que aqueles primeiros ingredientes já estão láááááááááá nas profundezas do armário! Eu sei, eu sei, sou horrível! rss
Foi o caso deste bolo. Assim que vi a receita aqui, fiquei bastante interessada em testar. Comprei tudo que era necessário e ficaram alguns MESES!!! aguardando a boa vontade desta indisciplinada que vos fala.
Hoje, ao retirar as coisas para o preparo do macarrão que postei abaixo lá estavam eles! Bem no fundo da geladeira, largados, abandonados... que irresponsabilidade a minha! Porém, hoje foi o dia em que eles sairam de seu exílio e se transformaram neste bolo incrivelmente macio e delicioso! Definitivamente não mereciam tanto descaso de minha parte!
Bolo inglês com castanhas portuguesas
100g de manteiga sem sal
100g de açúcar granulado fino
2 ovos médios
100g de farinha de trigo para bolo
3 g de fermento em pó
100g de castanhas portuguesas em conserva
12g de rum
100g de marron paste (na receita original diz que é opcional mas garanto que fica bem mais saboroso)
Deixe a manteiga e os ovos em temperatura ambiente.
Peneire a farinha com o fermento.
Pique as castanhas em conserva e deixe de molho no rum.
Preaqueça o forno a 180oC.
Unte e enfarinhe uma forma de bolo inglês de 18cm ou forre com papel manteiga (usei uma forma de buraco no meio).
Bata a manteiga até formar um creme. Junte o marron paste e bata bem.
Adicione metade do açúcar e bata mais até ficar um creme claro.
Junte as gemas, uma por uma, batendo bem a cada adição.
Numa outra tigela, bata as claras em neve, adicionando o restante do açúcar em 2 ou 3 vezes até formar um merengue firme.
Junte 1/3 da farinha peneirada com 1/3 do merengue. Misture com cuidado e enquanto ainda tem porções do merengue/farinha aparecendo, junte mais farinha e merengue. Faça isso uma última vez e só então junte as castanhas com rum. Misture bem e despeje na forma. Acerte a superfície (caso fizer numa forma de bolo inglês, dê um talho com a colher de silicone no centro da massa. Desta maneira, o bolo não se rachará de forma irregular enquanto estiver assando).
Dê algumas batidas no fundo da forma. Abaixe a temperatura do forno para 160oC e coloque a forma. Deixe assando por 40 a 50 minutos ou faça o teste do palito.
Desenforme depois de alguns minutos. Se quiser, polvilhe açúcar de confeiteiro ou sirva com creme de leite levemente batido.
Se usar o marron paste, que já é adocicado, você pode reduzir em 10% a quantidade de açúcar na receita, ou seja, ao invés de 100g use 90g. Reduzir mais do que isto, comprometerá no crecimento do bolo.
Ao invés de separar os ovos, você também pode preparar o bolo com eles inteiros. Na receita acima, no lugar das gemas coloque os ovos um por um e bata bem. A diferença será no resultado. Fazendo com os ovos inteiros, o bolo ficará mais firme. No dia seguinte ele fica mais macio.
Este bolo, contando do dia seguinte do preparo, dura por 3 a 5 dias em temperatura ambiente bem embrulhado em filme plástico e 2 semanas na geladeira.
Linguine com salmão e tomate seco
Fiz este macarrão para o almoço de domingo. Foi algo assim meio que à olho, colocando ingredientes que já tinha aqui na geladeira: um vidro de tomate seco aberto, uma caixinha de creme de leite aberta, ervilhas e salmão levemente salgado que sempre tenho no congelador... enfim "restô de ontê" com roupagem nova! rsss
Deixei o molho apurando muito tempo e acabou ficando sem muito caldo, mas o resultado foi satisfatório.
Este salmão levemente salgado já é vendido assim, meio curtido no sal. Existem três gradações de sal: levemente, medianamente ou bastante salgado (respectivamente amakuchi, chukuchi e karakuchi). São ótimos só grelhados e comer com bastante arroz branco.
Já fiz este macarrão com salmão fresco e durante o preparo acabou esfarelando-se todinho. Não ficou com uma boa aparência mas o sabor fica mais suave.
Linguine com salmão e tomate seco
Para 2 pessoas
2 postas médias de salmão levemente salgadas
1 colher (sopa) de manteiga ou margarina
1 colher (sopa) de azeite
1/2 xícara de ervilhas congeladas
4 pedaços de tomate seco
1 colher (sopa) de vinho branco
100ml de creme de leite fresco
100ml de leite comum
sal
pimenta do reino
noz moscada
Coloque a água para cozinhar o macarrão para ferver.
Afervente rapidamente as ervilhas congeladas. Escorra e reserve.
Corte o salmão em cubos de 1 cm, retirando as espinhas se houver.
Pique os tomates em cubos de 1 cm.
Aqueça o azeite e a manteiga numa frigideira. Coloque os cubos de salmão e frite-os até mudarem de cor. Junte o vinho branco e deixe evaporar o álcool. Acrescente o creme de leite e o leite. Tempere e deixe reduzir um pouco o molho. Verifique o sal, coloque as ervilhas, os tomates secos e queijo ralado à gosto. Desligue o fogo e despeje o macarrão já cozido al dente. Misture tudo muito bem e sirva em seguida.
quinta-feira, novembro 23, 2006
Frango com curry
Disse para a Eliana que esta receita estava com os dias contados aqui em casa. Pois aqui está ela, amiga! Sempre quis experimentar um prato salgado que usasse leite de coco e este não me desapontou de forma alguma! É delicioso!
O sabor fica bem suave, embora leve curry e o leite de coco. Tudo combinou de tal maneira que uma pratada evaporou em instantes.
Infelizmente não estava com coentro em casa e usei salsinha mesmo. Tenho certeza de que com este temperinho, o frango deve ficar mais saboroso!
Para acompanhar este prato, o arroz branco é OBRIGATÓRIO! Aqui fiz o arroz japonês, só cozido, sem tempero nenhum. Não por eu ser descendente de japoneses mas o arroz daqui é muuuuuuito gostoso! Puro mesmo é muito bom! Até os brasileiros não-descendentes reconhecem que é gostoso. Logo que a panela elétrica para cozinhar arroz apita que está pronto, já revolvo todo o arroz para deixá-lo mais soltinho. Os grãos cintilam feito cristais e não consigo resistir. Acabo colocando uma pelotinha de arroz na mão e nhac! Hummmm! rsss
Vira e mexe aparecem alguns programas com artistas que vão passear no exterior. Fico com ódio quando eles dizem que sentem falta de arroz branco. Penso "nossa, tanta comida diferente e apetitosa e esta japonesada quer comer arroz???? " rsss
Mas sabem que eu entendo. O arroz daqui é viciante!
Além do arroz, curry para mim tem que ter lakyo, as cebolinhas curtidas em tempero agridoce. Minha avó preparava um vidrão enorme e deixava lá curtindo meses e meses. Era a festa dos bebedores da família quando iam nos visitar. Uma cerveja acompanhada destas cebolinhas e não precisava de mais nada.
Estas cebolinhas lembram echalotes, as cebolas chiques francesas. Para limpar dá um trabalho danado. Meu avô ficava meio dia só descascando as benditas. Imagine o cheiro que ficava em casa! Socorrooooo!
Bom, aqui eu compro as prontas mesmo. Tem de vários tamanhos mas eu gosto destas pequeninas. Vejam na foto abaixo uma comparação com um ovo. São crocantes e deliciosas! O único porém é que o tempero em que elas vêm curtidas é adocicado demais. O que eu faço é despejá-las, com caldo e tudo, num pote de vidro e adiciono um pouco de vinagre de arroz. Idéia da sogra! Ficam perfeitas!
Para completar, batatas assadas à moda da Valentina. Bem que queria umas batatinhas miúdas para combinar com as cebolinhas mas nesta época do ano são impossíveis de serem achadas aqui. Então, descasquei e piquei as batatas grandes mesmo. Temperei com sal grosso e pimenta do reino moídas na hora e um fio generoso de azeite. Levei para assar em forno preaquecido a 200oC até ficarem coradas. Ficaram ótimas!
Frango com curry
1 frango em pedaços
3 colheres (sopa) de azeite
1 cebola grande picadinha
6 dentes de alho picadinhos
4 colheres (sopa) de curry em pó
1 lata de tomates pelados (usei de caixinha que vem 500ml)
400ml de leite de coco
sal e coentro a gosto
Em uma panela, frite a cebola no azeite até ficar transparente, adicione o alho e deixe dourar. Adicione o pó curry e mexa bem, junte os pedaços de frango e deixe refogar de todos os lados para dourar bem. Junte os tomates pelados e o leite de coco e salgue um pouco. Deixe cozinhar em fogo brando durante 25 min ou até que o frango esteja cozido (deixei até a carne começar a soltar dos ossos). Mexa de vez em quando para não grudar no fundo da panela. Verifique o sal. Acrescente o coentro e deixe cozinhar por mais um minuto. Sirva com arroz branco.
terça-feira, novembro 21, 2006
Canequinhas ganhadas e "ganhadas"
Aqui em casa minhas louças são praticamente orfãs de pai e mãe. Quase todas são filhas únicas. Tenho apenas um conjunto de chá que ganhei de presente de casamento. O restante fui adquirindo aqui e ali, seja comprando, seja ganhando.
Esta canequinha aqui do tiozinho invocado ganhamos na inauguração de um quiosque especializado em takoyaki. Muitos brasileiros torcem o nariz para estes bolinhos recheados com polvo. Alguns não gostam por causa do polvo e outros pela consitência bem mole que dá a impressão de estar cru ainda.
Nós aqui em casa gostamos muito e este do Guindakô (nome do quiosque) é bem gostoso com a casquinha crocante e o interior bem cremoso. Os pedaços de polvo também são generosos e bem macios.
Os takoyakis são preparados numa chapa com buracos onde a massa bem líquida é despejada. Em seguida, são espalhados os pedaços de polvo, cebolinha picada, conserva de gengibre picado e massinha de tempurá. Com muita habilidade, os takoyakis são revirados nestes buracos até adquirirem o formato de bolinhas. Espera-se ficarem dourados e antes de serem retirados, ganham uma borrifada de óleo para que a casca fique crocante. As bolinhas são postas em bandejas próprias que lembram uma canoa. Espalha-se "sousu"( molho de shoyu adocicado), nori ralado, maionese e flocos de bonito seco.
Esta caneca azul ganhamos quando fizemos ficha numa locadora aqui perto de casa. Já a xícara do Snoopy foi presente de um senhor brasileiro que trabalha conosco. Juntava-se os selos de uma loja de conveniência, no caso Seven Eleven, e atingindo um determinado número de pontos era so ir lá e trocar por esta xícara.
Esta xícara do Starbucks é meu xodó. Acho-a linda! Ganhei do maridão ano passado, por ocasião do final de ano. As cores são tão vibrantes e o desenho tão tipicamente japonês, lembrando os matsus (pinheiro japonês). Gostaria de saber se existem xícaras comemorativas como esta em outros países!
PS: gostaria de avisar a todos(as) amigos(as) que voltei a receber comentários mesmo que anonimamente. Como bem disse a Nela, estaria me fechando para receber comentários de muitas pessoas bacanas e legais. Sejam todos(as) bem-vindos(as)!
segunda-feira, novembro 20, 2006
Bolo de fubá cozido
Adoro, amo, deliro com bolo de fubá! Mas nem sempre foi assim. Quando criança achava bolo de fubá muito seco, tinha sempre que tomar com alguma coisa e muito esfarelento. Ai se falar enquanto estivesse comendo um bolo assim! rsss
Foi somente depois de provar este bolo que realmente passei a apreciar o gosto de fubá. Hoje traço desde o bolo de fubá mais sequinho até aqueles que se parecem pudins!
Esta receita foi passada para minha mãe por mais uma de suas freguesas mas na net existem muitas parecidas, se não forem exatamente iguais!
Sempre fiz este bolo em forma de anel, mas hoje resolvi fazer nas forminhas de muffins e recheadas com goiabada. É para acabar com qualquer dieta, não?
Bolo de fubá cozido
* usei a xícara de 200ml
2 xícaras de fubá
2 xícaras de açúcar (usei uma cheia)
2 xícaras de leite
1 xícara de óleo (usei 150ml de óleo de canola)
uma pitada de sal
3 ovos grandes
1 colher (sopa) de fermento em pó
goiabada em pedaços
Preaqueça o forno a 180oC.
Unte uma forma de anel ou forminhas de muffins com manteiga e polvilhe com açúcar e canela.
Coloque o fubá, o açúcar, o leite, o óleo e o sal numa panela e misture bem até dissolver o fubá. Leve ao fogo médio/forte e vá misturando com colher de pau sempre até engrossar. Cuidado para não empelotar! Uma dica: quando começar a engrossar e a formar pelotas, vire rapidamente a colher no sentido horário e anti-horário até a massa ficar lisa.
Despeje a massa numa outra tigela e deixe amornar. Vá adicionando os ovos um a um, misturando bem a cada vez. Por último coloque o fermento em pó. Mexa bem e coloque uma colher de sopa cheia em cada forminha. Recheie com goiabada e cubra com mais um pouco de massa. Se quiser dê uma alisada na superfície, mas eu não o fiz, só dei uma batidinha no fundo das forminhas.
Leve ao forno para assar até ficarem coradinhos. Retire e deixe esfriar alguns minutos antes de desenformar.
sexta-feira, novembro 17, 2006
Muito triste
Hoje recebi um comentário sobre os waffles com calda de maracujá que me deixou muito triste. Não vou retirar, pois também estou aberta a críticas e se algo não deu certo, gostaria muito de ajudar ou explicar. Todas as receitas que aqui se encontram foram feitas com as receitas do jeito que posto, qualquer mudança que faço sempre fiz questão de frisar. O que me entristece é essa maneira chula e sem educação como a crítica foi feita.
quarta-feira, novembro 15, 2006
Suflê de chuchu sensacional da Eliana
A querida Eliana que escreve o delicioso Momentos da minha vida gentilmente me enviou a receita desta maravilha! Confesso que nunca preparei um suflê e comer, talvez umas duas vezes até agora. Já ouvi tantas coisas a respeito de suflês que murcham que isto que aquilo que preparei esta receita com cuidado redobrado, vindo até o computador todo instante para checar cada etapa.
A receita da Eliana está perfeita, só gostaria de adicionar o seguinte: não se assustem com a água que sai do chuchu ao espremê-los, é importante não desprezá-la! O molho tipo bechamel que é preparado antes é bem durinho mesmo, não estranhe!
Preparei em cumbucas individuais e renderam 6 porções. O queimadinho que fica na crosta e em volta da cumbuquinha é de raspar com a colher, uma delícia! Gulosa, eu comi duas cumbuquinhas encarreiradas, foi meu jantar hoje!
Eliana, muito obrigada pela sugestão! Amei de verdade!
Suflê de chuchu
5 chuchus médios
sal à gosto
1/2 xícara (chá) de leite
2 gemas
3 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
1 colher (sopa) de margarina
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 cebola pequena bem picadinha
salsinha a gosto cortada bem pequena
1 colher (chá) de fermento em pó
2 claras batidas em neve
Tire a casca e parte branca central do chuchu, e afervente com água e sal. Depois de cozidos, escorra bem a água e esprema no passador, ou passe pela peneira ou use um garfo fino. Coloque a margarina em uma panela e refogue a cebola, junte a farinha de trigo e refogue um pouco. Vá adicionando o leite aos poucos e mexendo sem parar até engrossar (fica tipo molho branco só que bem mais grosso). Retire do fogo e acrescente as gemas, mexa rápido pra não cozinhá-las. Depois acrescente o queijo ralado, a salsinha, fermento em pó e o chuchu amassado, reserve. Bata as claras em neve (em picos bem firmes) e misture ao creme reservado, mexendo delicadamente. Coloque a mistura em uma fôrma para suflê (redonda e alta) untada com manteiga e polvilhada com queijo ralado, e leve ao forno quente 200 graus até dourar.
terça-feira, novembro 14, 2006
Bolo de banana e blueberries
Descobri este delicioso blog da Bia faz pouco tempo, mas já virei sua fã! Quero experimentar todas as receitas, todas me enchem os olhos e os sentidos! A primeira vez que entrei no charmoso L'amour dans l'assiette, já dei de cara com este bolo. A combinação de bananas e blueberries me atrai bastante e hoje resolvi preparar esta delícia para comer no café da manhã. É de preparo bem rápido e prático, isso é muito bom para aqueles dias em que você chega em casa tarde mas com aquela vontade de bater um bolinho à la Dadivosa! rss
Eles cresceram bem e enquanto estavam assando, a cozinha toda se perfumou com banana. Hummm! Fiz uma forma de muffins e mais uma de bolo inglês. Os muffins ficaram prontos em meia hora e o bolo em uma hora.
Para não perder o costume, já fui tascando um muffin para experimentar. Ui, que quentinho! Mas não resisto! rsss
Que delícia, super macio e fofinho! A massa cheirosa de banana e os blueberries casam tão bem! Adorei a sugestão, Bia, obrigada por compartilhar conosco!
Bolo de banana e blueberries
220g de açúcar
125ml de óleo
2 bananas médias amassadas
125ml de coalhada ou iogurte (usei iogurte)
1 colher (chá) de essência de baunilha
2 ovos
280g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1/2 colher (chá) de sal
1 xícara de blueberries (usei congeladas mais algumas extras para enfeitar na superfície)
Preaqueça o forno a 175 ou 180oC.
Coloque forminhas de papel ou unte e enfarinhe uma forma de muffins (eu usei uma de 6 buracos mais uma forma de bolo inglês de 20x8 cm).
Separe os blueberries numa tigela e reserve. Misture numa outra tigela o açúcar com o óleo, iogurte, baunilha, bananas e ovos. Em outra tigela, peneire a farinha com o fermento e o sal. Misture tudo bem e separe uma colher de sopa e envolva os blueberries. Abra um buraco no centro da farinha e despeje aí a mistura líquida. Mexa somente o suficiente para agregar os ingredientes. Coloque os blueberries no final e dê uma misturada rápida. Distribua a massa nas forminhas (aqui eu espalhei por cima da massa alguns blueberries extras). Leve para assar por 25 a 60 minutos conforme o tamanho da forma utilizada. Espere 5 minutos antes de desenformar.
sábado, novembro 11, 2006
Carolinas com creme (choux a la cream)
Obrigada a todas as queridas amigas que deixaram uma mensagem pelo aniversário do Pecado da Gula!
Como prometido, aqui está a receita deste doce delicioso! Esta receita foi copiada do programa de culinária da NHK, "Kyoo no ryori", de 8 anos atrás. Apesar dos poucos ingredientes, as carolinas são muito temperamentais e, se não forem tomados alguns cuidados, não crescem enquanto estão no forno ou senão murcham quando assadas. Seguindo alguns macetes, dados pelo pâtissier do programa, não tem como errar!
Carolinas com creme
Massa das carolinas:
50g de manteiga sem sal
120ml de água
uma pitada de sal
1 colher (chá) de açúcar
80g de farinha de trigo peneirada
cerca de 3 ovos levemente batidos
Forre uma assadeira com papel manteiga e desenhe círculos, deixando um espaço de 3cm entre eles. Eu fiz círculos de 5cm e renderam 9 carolinas relativamente grandes.
Preaqueça o forno a 200oC.
Deixe preparado um saco de confeitar grande já com bico redondo, assim como um pulverizador de água. Deixe uma tigelinha com um pouco de água reservada.
Coloque numa panelinha (sem ser de teflon) a manteiga, a água, sal e açúcar e leve ao fogo médio. Vá girando a panela até que a manteiga derreta. Aumente a chama e deixe ferver a mistura. Desligue o fogo e adicione de uma só vez a farinha de trigo e misture com colher de pau imediatamente. Misture vigorosa e rapidamente para não empelotar até formar uma bola lisa e macia. Volte com a panela ao fogo médio e vá rolando a massa para lá e para cá até que se forma uma crosta levemente corada no fundo da panela.
Coloque a massa numa tigela e em seguida, vá adicionando os ovos aos poucos e misturando bem a cada adição. Não se assuste se a mistura se "desmanchar" e formar grandes placas de massas. Misture vigorosamente com colher de pau que aos poucos o ovo será absorvido pela massa. Vá adicionando ovo até que a massa caia da colher lentamente e deixe na colher um pouco da massa pendente. A massa não pode ficar nem dura e nem mole demais, não pode cair feito pelotão (fazendo barulho de "ploft") e nem ficar como massa de bolinho de chuva. Coloque a massa no saco de confeitar e vá espremendo nos círculos desenhados até que seja preenchido. Não erga o bico conforme a massa vai se espalhando, permaneça cerca de 1 ou 2 cm da superfície da assadeira.
Molhe o dedo na tigela com água e alise o pico que se formou no topo da massa. Borrife água e leve imediatamente ao forno. É importante que esta etapa seja feita o mais rápido possível para que a massa não esfrie! Ela precisa se manter morna até que vá ao forno! Caso não caiba tudo na assadeira, deixe o saco numa tigela em banho-maria (aqueça a água até formar bolhas na parede da panela e desligue) até que possa colocar nova fornada.
Depois de posta no forno, NÃO ABRA de jeito nenhum o forno!!! Deixe assando por cerca de 30 minutos até que fiquem bem estufadas e morenas.
Retire do forno e passe as carolinas numa grade para esfriar.
Creme de confeiteiro:
250ml de leite
uma fava de baunilha
uma pitada de açúcar
4 gemas
40g de açúcar
20g de farinha de trigo
Numa tigela, bata as gemas com o açúcar até ficar esbranquiçado. Peneire aí a farinha de trigo e misture com batedor de claras (fouet) com cuidado.
Numa panelinha, coloque o leite, o açúcar e a fava de baunilha aberta e com as sementes raspadas com a ponta de uma faca. Se não conseguir a fava, use essência de baunilha mesmo, mas recomendo a fava, dá um sabor totalmente diferente e melhor ao creme! Leve ao fogo médio e deixe até um pouco antes de abrir fervura.
Despeje 1/3 deste leite quente na gemada e misture com o batedor lentamente até que seja absorvido. Vá derramando o restante do leite aos poucos, mexendo sempre. Passe a mistura por uma peneira fina e devolva à panela. Descarte a fava e o que tiver ficado na peneira.
Leve ao fogo médio para forte novamente e vá misturando sempre até engrossar. É preciso muito cuidado aqui para não deixar empelotar o creme. Misture rapida e vigorosamente com colher de pau ou de silicone. Quando engrossar e começar a borbulhar, despeje o creme numa assadeira e cubra com filme plástico, bem rente ao creme. Coloque esta forma dentro de outra maior com água gelada e coloque gelo ou saco de gel congelado sobre o creme. Este choque térmico é para matar os germes, pois o creme de confeiteiro é muito sensível e se contamina facilmente.
Depois de esfriado, transfira este creme para uma tigela e adicione 1/3 do chantilly feito abaixo e misture bem. Reserve.
Creme chantilly:
300ml de creme de leite fresco
30g de açúcar granulado fino
um pouco de kirsch (aguardente de cerejas, usei cerca de 1 colher de chá)
Coloque tudo numa tigela grande e bata até formar picos firmes mas não duros. Separe 1/3 para misturar ao creme de confeiteiro e o restante, coloque num saco de confeitar com bico pitanga e reserve.
Montagem:
Corte o topo das carolinas e deixe de lado. Na metade de baixo, retire a massa de dentro para que caiba mais recheio. Distribua o creme de confeiteiro por todas as carolinas usando saco de confeitar ou colher mesmo.
Em seguida, espalhe o chantilly sobre o creme. Cubra com a tampa retirada e passe em forminhas de alumínio ou num prato bonito. Polvilhe açúcar de confeiteiro e deixe na geladeira até a hora de servir.
Um ano de Pecado da Gula!
Hoje o Pecado da Gula completou um ano! Estava planejando esta data com alguma antecedência, já prevendo que se deixasse tudo para última hora não daria tempo de preparar da maneira que gostaria.
Após ler um mail enviado por minha amiga Rute daqui do Japão também contando sobre as dificuldades de algumas brasileiras em comprar alguns ingredientes nos mercados japoneses (está tudo em kanjis na maior parte), decidi iniciar mais um blog, Na cozinha da dekassegui. Nele, pretendo postar os ingredientes que costumo usar nas minhas receitas, utensílios que vou descobrindo, lançamentos no mercado, enfim, tentar ajudar as conterrâneas que não tem muita facilidade com esta língua dificílima que é o japonês. Não que eu domine completamente, longe disto! Mas após 16 anos aqui, vendo programas culinários, perguntando muito, experimentando, creio que posso auxiliar em algumas coisas. Espero contar com a participação de outras dekasseguis!
Aniversário pede bolo, certo? Pois bem, escolhi um de chocolate depois de muito vasculhar nos meus livros de culinária e preparei o bolinho já na semana passada. Bolo assado, decorado, fotografado... hora de experimentar. Não gostei!!! A massa ficou boa, ganache de chocolate boa mas a geléia de framboesa não combinou na minha opinião. Outra coisa que não gostei foi a quantidade do ganache, insuficiente para cobri-lo decentemente. E na foto do livro estava super bem recheado e coberto. Fico chateada com essas "enganações", pois ao preparar alguma receita com foto, imaginamos que ficará parecida. Bem, isto foi no domingo e de segunda até sexta trabalhei até tarde e não me sinto confortável em usar batedeira ou fazer barulho depois das 22 horas. Moro num apartamento com vizinhos embaixo, dos lados... e japoneses são muito regrados neste ponto. Estava contando que hoje seria folga na fábrica, mas o serviço atrasou e fui chamada de última hora.
"Meu Deus, o que farei???", pensei. Passei o dia todo a pensar no que fazer para substituir a decepcionante receita do bolo de chocolate. Não queria deixar passar esta data em branco e gostaria que fosse lembrada com uma coisa gostosa. Pensei, pensei e decidi por estes choux a la cream. São doces que geralmente agradam a todos, tão delicados e cremosos ao mesmo tempo e definitivamente uma receita testada e aprovada e de preparo relativamente rápido!
Agora chega de lamentações, pois o dia é festivo!
Ao iniciar este blog, como publiquei no meu primeiro post, não sabia exatamente o que fazer. Só sabia que estava extasiada com os blogs culinários que acabara de descobrir, sequer imaginava que existissem. A grande inspiradora para a criação do Pecado da Gula foi e continua sendo a querida Valentina com seu lindo e delicioso Trem Bom. Só posso dizer muito obrigada a você, amiga, por ter aberto esta janela para mim!
Este tem sido um ano incrível na minha cozinha, tantas descobertas, tantos temperos e sabores que nunca provei ou sequer imaginei!
Tenho conhecido muitas pessoas super legais, bacanas e de tantos lugares que só mesmo a internet é capaz de interligar!
Agradeço a todas as pessoas que vêm me visitar. Anônimos e às queridas amigas e amigos que me incentivam muito com seus comentários. Muito obrigada mesmo por dispender um ou dois minutos de seu precioso tempo em escrever algumas palavras aqui! Não são apenas letras, são gotas de carinho que leio com muito prazer!
Muito obrigada também ao meu super marido, que tem aguentado resignadamente todas as minhas experiências culinárias ao longo deste ano! Experiências que deram certo e outras tantas que foram direto para o lixo! Tem sido cobaia e crítico atento. Algumas vezes largado solitário enquanto visito as cozinhas virtuais de tantas e queridas amigas ou escrevendo este posts e mais posts. É por estas e outras muitas razões que TE AMO MUITO!
Outro agradecimento para minha querida Rute que mais uma vez me presenteou com um lindo tag, uma seleção das fotos que mais aguçaram seus sentidos, uma para cada mês desde a criação do Pecado. Amiga, adorei mesmo! Arigato!!!! Clique na foto para ampliar!
Espero poder continuar com o Pecado por muitos anos ainda! A culinária é um mundo maravilhoso e infinito, sabores e receitas a não acabar nunca! Um eterno aprendizado!
A receita das carolinas, postarei amanhã! Abraços a todos!
quinta-feira, novembro 09, 2006
Lombo de porco com mostarda de cassis
Desde que vi esta foto, fiquei a caçar esta mostarda em todas as lojas de importados da região. Fiquei curiosa em relação ao sabor desta mostarda de cassis, pareceu-me algo sofisticado e ao mesmo tempo exótico.
Depois de longa busca, finalmente encontrei e... ficou alguns dias estocado na despensa, a esperar pelo belo dia em que entraria em ação. Resolvi que não passaria de hoje e pus alguns bifes de lombo a descongelar antes de ir ao trabalho.
Tentei encontrar outras receitas na net mas decidi fazer à maneira do blog, ainda que não fornecesse uma receita exata.
O preparo foi rápido e ao experimentá-los afoitamente quase queimo a língua! :-P
Não me desapontei com o prato. Uma delícia! O sabor da mostarda está lá mas com um sutil toque agridoce.
Para guarnecer o prato, uma saladinha verde, aspargos que eu amo sapecados na manteiga e cenouras à moda de um restaurante italiano que adoramos.
Sentei e caí matando! rsss
Lombo de porco com mostarda de cassis
Para uma pessoa
1 bife grande de lombo de porco
sal e pimenta do reino moídos na hora
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem
molho de mostarda:
1 colher (sopa) de mostarda de cassis
1 colher (sopa) de maple syrup
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco
Temperei o bife com sal e pimenta e deixei tomando gosto por alguns minutos. Neste meio tempo fui preparando os legumes da guarnição. As cenouras, piquei em cubinhos e pus para cozinhar. Piquei os aspargos e dei um susto neles na frigideira com um pouco de manteiga e azeite. Temperei com sal e pimenta a gosto. Nisto as cenouras já estavam prontas. Escorri e deixei esfriando um pouco.
Aqueci a mesma frigideira dos aspargos e coloquei o azeite. Deitei o bife e deixei corar levemente dos dois lados. Baixei o fogo, abafei e deixei alguns minutos cozinhando. Enquanto isso, fui temperar as cenouras. Coloquei um fio de azeite, uma pitada de alecrim e manjericão secos e uma pitada de sal grosso moído na hora. Misturei tudo.
Tirei o bife num prato e aproveitando a gordura da frigideira, coloquei os ingredientes do molho. Dei uma rápida mexida e esperei ferver. Você verá que a cor da mostarda ficará mais escura. Despejei o molho sobre o bife, guarneci e ataquei!
terça-feira, novembro 07, 2006
Iguaria fina!!!
Chuchu??? Sim, chuchu, minha gente! Quem diria que este fruto tão sem graça e que eu odiava quando tinha lá em casa, virou uma estrela aqui no Japão!
Acho que somente quem mora fora do país por algum tempo (ou muito como no meu caso) sente falta de alguns legumes ou frutas que, no Brasil, são vistos da forma como eu comecei esta postagem. Este fruto até virou apelido para o frustrado candidato Alckmin, picolé de chuchu! Vê se pode??? Hummm, se dependesse dos conterrâneos aqui no Japão, ele estaria eleitíssimo!
Depois que vim para cá, passei a amar chuchu! Muito em parte também pela minha amiga Lucinha, cheia de idéias e criatividade para inventar pratos. Ela faz um chuchu recheado que é uma delícia! Salada de chuchu e ovo cozido também aprendi com a Lucinha! Em casa sempre fizemos assim, só refogadinho. "Argh!" em tempos de Brasil e hoje penso como é tão bom comer com um arroz e feijão!
Aqui os japoneses também comem chuchu, mas de uma variedade branca. Os japoneses costumam fazer conservas salgadas com o chuchu. É muito difícil encontrar nos mercados. Antigamente, tínhamos que ter a sorte de encontrar alguém que plantasse no quintal e tivesse a bondade de dar alguns para as pidonchas aqui! rsss
Atualmente muitos brasileiros e até japoneses estão plantando vários tipos de legumes e folhagens brazucas, mas como eu não vou muito em lojas de produtos brasileiros, acabo ficando sem ver ou comê-los por um bom tempo.
Esta semana, minha gentil amiga Lucinha dividiu comigo alguns chuchus que ela comprou no final de semana. Nem preciso dizer que gostei, não? Mais do que depressa, preparei este refogadinho de começo. Yes, ainda tem mais alguns na geladeira aguardando outras receitas! Aceito sugestões!
PS: passei a vida toda achando que chuchu fosse legume! Tinha até escrito aqui, postado, quando me deu um estalo e fui pesquisar na net e descobri que é um fruto! Mais uma que aprendi!
Chuchu refogado
2 chuchus
1 colher (sopa) de azeite
1 dente de alho picadinho
sal e pimenta a gosto
salsinha picada
Descasque os chuchus e corte no sentido do comprimento. Tire a parte branca central com a ponta da faca e pique em cubinhos.
Refogue o alho no azeite até alourar. Junte os chuchus e tempere a gosto. Se necessário coloque um "cadinho" de água, abafe e deixe cozinhar em fogo médio até ficarem macios. Desligue o fogo, coloque a salsinha e misture.
domingo, novembro 05, 2006
Crumble de maçã
Tirei a receita deste simpático site. As receitas são na maioria bem simples, mas vale pelas fotos de todo o processo "feito" pelo macaquinho.
Fiz este crumble para a sobremesa desta noite, acompanhado de sorvete de creme. O jantar consistiu de penne ao molho pesto, abóboras ao vinagrete, brócolis com bacon ao molho quente (ambas receitas ótimas da Valentina) e picanha grelhada.
Jantar de domingo dá uma melancolia... véspera de segunda, dia mundial da preguiça!
Desejo uma boa semana a todos!
Crumble de maçã
1/2 xícara de farinha de trigo com fermento (usei comum mesmo)
3 colheres (sopa) de manteiga (usei sem sal)
3 colheres (sopa) de açúcar
uma pitada de sal (adicionei ainda um pouco de canela em pó e cerca de 1/2 xícara de coco seco ralado)
Preaqueça o forno a 180oC.
Misture tudo com a ponta dos dedos até formar uma farofa. Reserve.
Tire as sementes e pique duas maçãs (usei Fuji, com a casca mesmo). Coloque num refratário. Espalhe por cima o crumble de modo a cobrir bem todas as maçãs. Leve ao forno para assar durante 30 a 40 minutos ou até que a crosta fique levemente dourada. Sirva morno ou frio. Deguste puro mesmo, com sorvete, creme de confeiteiro, chantilly, polvilhado com açúcar de confeiteiro... enfim, a sua criatividade é quem manda!
quinta-feira, novembro 02, 2006
Chef Pâtissier Keiko Nagae
Vejo poucos programas na TV japonesa mas alguns assisto sem falta, como o programa Ururun Sekai Taisaku que já comentei algumas vezes no Pecado da Gula. Um programa sobre artistas iniciantes que viajam para os mais diversos países e convivem durante uma semana com uma família local, aprendendo alguma atividade e interagindo até nos problemas familiares.
Há duas semanas atrás, enquanto assistia a este programa, durante os intervalos, apareceu a chamada para o programa seguinte "Jonetsu Tairiku" (numa tradução livre, Continente de pessoas apaixonadas pelo que fazem). Nele, aparecem personalidades japonesas de destaque nas mais variadas áreas. Naquele domingo, foi sobre Keiko Nagae, uma chef pâtissier de apenas 32 anos.
Bom, falou em doces, receitas e já logo presto atenção no assunto. Fiquei muito interessada pelo programa daquela noite. Primeiro por ser uma mulher, num universo predominantemente masculino e segundo, pela sua pouca idade.
O programa encontrou Keiko em Paris onde dá aulas na renomada escola de culinária Le Cordon Bleu e onde trabalha no restaurante do luxuoso Hotel Lancaster, localizado num prédio discreto próximo aos Champs Elysees. A cozinha do La Table du Lancaster é comandada pelo estrelado chef Michel Troisgros e Keiko chefia o setor de sobremesas. O menu do restaurante muda quatro vezes por ano a cada estação. A carta de sobremesas de outono conta com 7 ítens sendo que uma é sempre uma nova criação. O programa encontrou Keiko ocupada com a nova sobremesa, uma nova versão do célebre Mont Blanc, um doce em forma de domo recoberto com creme de castanhas.
Críticos e clientes do restaurante se desdobravam em elogios aos doces criados por Keiko. A quantidade de açúcar na medida certa, decoração minimalista e impacto de texturas e sabores foram algumas das qualidades citadas.
Os clientes entrevistados degustavam uma bavarois de macha que lembrava uma obra de arte. Uma placa de caramelo em quadrado se equilibrava sobre a bola de bavarois. Doce e amargo, duro e mole, quente e frio, tudo na mesma sobremesa.
Todas as novas sobremesas, para entrar no menu, precisam passar pelo crivo de Troisgros. Tudo é estudado minuciosamente, desde a escolha de ingredientes, texturas e até o prato de servir. Keiko ficou em dúvida entre 3 pratos: um ovalado em forma de canoa, um branco redondo com bordas vazadas e outro branco com discreto desenho em relevo nas bordas. Ela acabou escolhendo este último. Montou a sobremesa várias vezes, testando cada uma e sempre achando que faltava mais alguma coisa. Um de seus assistentes disse que já estava perfeito, talvez uma bola de sorvete de marron complementasse a sobremesa. Keiko achava que faltava uma estrutura dura no doce. Da maneira como o doce estava montado, ele se desmanchava todo na boca. Acrescentou, então, uma fina placa de caramelo no topo do doce.
Na primeira prova, o chef elogiou bastante o uso de cassis no doce mas ainda faltava algo mais. Ela trabalhou mais um pouco sobre o doce e o resultado final foi uma sobremesa batizada como Mont-Fuji à la mousseline de marrons et au cassis. Um doce montado da seguinte forma: um molho de cassis espalhado cuidadosamente na base onde será montada a sobremesa, uma placa de massa folhada, uma camada de creme de marron em toda a volta da massa folhada usando pico pitanga e no centro mais molho de cassis, uma placa de massa folhada, uma camada de creme amarelo que penso ser creme de castanhas portuguesas, mais uma placa de massa folhada, uma camada de creme chantilly, uma placa de chocolate branco, uma fina placa de caramelo levemente curvada numa das extremidades, uma pequena decoração com chantilly em forma de monte com folhas finíssimas de ouro. Para se ter uma idéia, encontrei neste blog uma imitação desta sobremesa.
O entrevistador pergunta à Keiko qual a diferença entre um chefe de cozinha e um pâtissier. Ela pensa um pouco e responde "detalhismo". Todas as receitas precisam ser cuidadosamente pesadas, cortadas, nem uma grama a mais, nem um milímetro a mais. Um erro deste tipo já compromete toda a receita. Uma virtude que se reflete na mulher Keiko Nagae. Tanto é que o programa mostra seu apartamento espantosamente arrumado, nas prateleiras, as louças meticulosamente arrumadas como numa loja de decoração. As câmeras flagram também ela sendo um pouco mais rude com uma das assistentes. O entrevistador lhe diz que não entende francês mas só pelo tom de voz já deduziu que estava dando bronca na assistente. Ela responde que profissionalismo é muito importante, que é muito amiga de todos os assistentes. Fora da cozinha. Dentro, ela não quer que a amizade interfira nas ordens e deveres que precisam ser cumpridos.
Tanta perfeição, será que ela teve alguma dificuldade alguma vez?, pergunta o entrevistador. Keiko responde que tinha muito complexo de suas massas folhadas, elas se esfarelavam completamente ao serem cortadas. Pesquisou e experimentou várias receitas até chegar à atual que leva nada mais nada menos que 5 dias para ficar pronta!
Fiquei admirada com Keiko também pelo fato dela não ter escolhido esta área desde o começo. Ela se formou em Direito e ao passar férias em Paris resolveu estudar Pâtisserie no Le Cordon Bleu. Formada, logo encontrou emprego numa famosa confeitaria de Paris e acabou mudando totalmente seu destino.
Ela se despede muito gentil do entrevistador à porta do Hotel Lancaster. Nem preciso dizer que adorei, não?
Pesquisei na net se havia alguma receita dela mas encontrei apenas este Tiramisu. Parece igualmente delicioso. Alguém se habilita?
Yakisoba
Este yakisoba ficou muito bom! Sempre costumo fazer este prato meio a olho, um pouco disto, daquilo... mas desta vez, fiz uma adaptação do molho do subuta. Ficou gostoso e me fez lembrar dos yakisobas vendidos num kaikan (associação de japoneses e seus descendentes) que havia perto de casa, em São Paulo. Sempre que havia alguma comemoração ou apresentação dos alunos da escola japonesa, as mães se encarregavam de preparar quitutes para serem vendidos nestas ocasiões. Os tíquetes das comidas já eram vendidos antecipadamente e minha mãe sempre costumava pegar alguns de yakisoba, coxinhas (massas deliciosas feitas praticamente só de batatas) e obentôs (marmitas com porções de várias coisas como cozidos de legumes, carne à milanesa, bolinhos de arroz, omeletes). Havia também uma torta de maçãs vendida lá que virou uma febre na vizinhança. Preparava-se a massa, recheava com creme de confeiteiro, cobria com fatias de maçãs e por cima de tudo, uma gelatina de laranja feita com suco de laranja, açúcar e maisena. Geladinha é uma delícia! Tão simples e tão gostoso! Para quem se interessou, deixarei a receita aqui:
Torta de maçã
Massa:
3 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de açúcar
5 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 ovo inteiro
Recheio:
1 litro de leite
4 ovos inteiros
5 colheres (sopa) de açúcar
4 colheres (sopa) de amido de milho
1 colher (sopa) de essência de baunilha
5 maçãs descascadas e fatiadas
Cobertura:
1 copo de suco de laranja
2 copos de água
3 colheres (sopa) de amido de milho
Para a massa, misture todos os ingredientes até formar uma massa homogênea. Forre uma forma grande com essa massa. Não é necessário untar a forma. Fure toda a superfície com garfo. Leve para assar em forno quente preaquecido até ficar dourado.
Para o recheio, misture todos os ingredientes menos as maçãs e leve ao fogo médio/alto até ficar cremoso. Fique mexendo sempre o creme com colher de pau e tome cuidado para não empelotar. Deixe esfriar um pouco. Coloque um filme plástico na superfície do creme para não criar crosta.
Leve todos os ingredientes da cobertura ao fogo para engrossar. Deixe amornar um pouco.
Para a montagem, despeje o creme na crosta da torta. Espalhe de forma bem bonita as fatias de maçãs por todo o creme. Em seguida, despeje a cobertura. Deixe esfriar totalmente e leve à geladeira. Sirva a torta bem gelada!
Voltando ao yakisoba, ele era preparado com espaguete e ficava tão bom. Acho que fica muito melhor do que o macarrão próprio para yakisoba. O espaguete é mais consistente e parece envolver melhor o molho com os legumes. É a minha impressão. Ou talvez uma maneira de não deixar esquecer o sabor daqueles quitutes do kaikan.
A escolha dos legumes fica a seu critério. Gosto de colocar também salsão, couve-flor, acelga chinesa ou aspargos. O importante é refogá-los de um ou dois por vez em fogo bem forte só por alguns instantes. O gostoso deste prato é saborear os legumes ainda bem crocantes!
Às vezes pela comodidade e falta de tempo acabo recorrendo aos macarrãos pré-cozidos para yakisoba, mas sempre que tenho um tempo mais sossegado, faço este prato com espaguete ou talharim.
Outra dica é usar este preparado, Chuuka Aji, que dá um realce de sabor a qualquer prato chinês. Fica com sabor de restaurante! Mesmo nos refogados básicos, fica muito bom! Outro dia, fiz um refogadinho de carne de porco cortada bem fininho, repolho, cebola, broto de feijão e cenoura. Temperei com sal, pimenta, saquê, shoyu e experimentei colocar este pózinho. Ficou igualzinho ao refogado do Hokka Hokka Tei (niku yasai itame)!!!
Yakisoba
200g de mararrão espaguete ou talharim ou linguine
1 peito de frango grande
sal e pimenta
1 colher (sopa) de saquê
1 gema
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fécula de batata (katakuriko)
1 cebola
1/2 cenoura
1 buquê pequeno de brócolis
3 folhas de acelga
1/4 de repolho pequeno
1/2 pimentão vermelho
1/2 pimentão verde
molho:
200ml de água
50ml de shoyu
1 colher(sopa) de saquê
1 colher (sopa) rasa de fécula de batata (katakuriko)
4 colheres (chá) de torigará suupu no moto (caldo de galinha em pó)
1 colher (chá) de óleo de gergelim
sal se necessário
Tire a pele do peito do frango, pique em cubinhos de 2 cm e tempero com sal, pimenta e saquê. Cubra com filme plástico e deixe tomando gosto por alguns minutos. Junte a gema, a farinha e a fécula. Frite em óleo abundante em fogo médio até ficarem levemente corados. Retire e reserve.
Misture todos os ingredientes do molho, menos o óleo de gergelim e reserve.
Cozinhe o macarrão em água abundante até ficar al dente. Escorra e reserve. Cozinhe o macarrão mais ou menos em tempo de ficar pronto junto com o refogado de legumes.
Corte a cebola ao meio no sentido do comprimento e depois em fatias mais ou menos grossas. Corte a cenoura ao meio no sentido do comprimento e depois cada metade em fatias diagonais de 1/2 cm. Corte o brócolis em buques pequenos. Corte os pimentões em quadrados. Desfolhe o repolho e corte em nacos grandes. Corte a acelga em fatias de 3cm.
Coloque a cenoura e o brócolis para aferventar. Escorra e reserve.
Refogue a cebola com os pimentões numa frigideira grande com um pouco de óleo. Deixe até murcharem um pouco. Retire o refogado e junte aos frangos.
Na mesma frigideira, coloque mais um pouco de óleo e refogue rapidamente o repolho. Retire e faça o mesmo com a acelga.
Volte todos os legumes e frango à frigideira e despeje o molho. Dê uma boa polvilhada de Chuuka Aji. Deixe refogando até o molho engrossar. Desligue e junte o óleo de gergelim. Misture bem. Despeje sobre o macarrão e misture bem. Sirva em seguida.
Para frango xadrez, exclua o macarrão, junte mais frango e coloque no final amendoins ou castanhas de caju. Não esqueça de cortar todos os legumes em quadradinhos!
quarta-feira, novembro 01, 2006
Bolo de abóbora delicioso
Sobrou um pouco da abóbora cozida e amassada que fiz para usar no brownie e resolvi testar esta receita de bolo. Pesquisei algumas receitas na net e fiz uma adaptação a minha moda. Enquanto assava, o bolo perfumou a casa com cheiro de coco e cresceu muito bem. Ao retirar do forno, como de praxe, já fui cortando um pedaço do bolo (para quem não sabe, adoro bolo quente!). Que macioooo! Ficou ótimo!
O bolo não é muito doce, se você quiser colocar um pouco mais de açúcar esteja à vontade ou cubra com calda de chocolate igual à usada para bolo de cenoura. Creio que ficará muito bom também!
Meu bolo estufou uma enormidade no centro. Na hora de nivelar a massa, procure deixar o centro mais afundado e as laterais mais altas. Penso que o bolo ficará muito bom também em forma de anel ou bolo inglês.
Bolo de abóbora delicioso
80g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
1 1/2 xícara de açúcar
3 ovos
200g de abóbora (kabocha) cozida e amassada
1/2 xícara de coco seco ralado
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de amido de milho
1 colher (sopa) de fermento em pó
1/2 xícara de leite de coco
uma pitada de sal
A xícara usada foi de 200ml de capacidade.
Preaqueça o forno a 180oC.
Forre uma forma de 22x22cm com papel manteiga.
Separe as gemas das claras.
Para o purê de abóbora, descasque e tire as sementes. Pique e coloque num refratário. Com a mão umedecida em água, dê alguns splashs na abóbora. Cubra com filme plástico e leve para cozinhar no microondas. Deixe até que um palito atravesse com facilidade. Escorra a água em excesso e amasse com espremedor ou passe numa peneira enquanto ainda está quente. Deixe esfriar e pese a quantidade pedida na receita.
Bata a manteiga com o açúcar até formar um creme claro. Junte as gemas uma por uma, batendo bem a cada adição. Coloque o purê de abóbora e bata mais um pouco. Junte o coco ralado e o leite de coco. Peneire a farinha com o fermento, o amido de milho e o sal. Misture tudo até toda a farinha ser incorporada à massa.
Bata as claras em neve firme. Junte metade à massa e misture com delicadeza. Acrescente o restante das claras e mexa com cuidado.
Despeje a massa na forma forrada e leve ao forno para assar por cerca de 35 minutos ou faça o teste do palito.
Retire do forno e deixe esfriar alguns minutos antes de desenformar.
Se quiser, cubra com calda de chocolate.